quinta-feira, 26 de abril de 2012

ESPERANÇA

Para ouvir, recordar, porque o 25 de Abril não foi ontem, ele será em cada dia com a esperança daquele dia claro! Terá de ser! 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Espetáculo

Desafios de olhar! A precisão de movimentos.
A concentração máxima. A tecnologia ao serviço da arte.

LIBERDADE





Quem dera que assim seja!




Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.



Sophia de Mello Breyner 









domingo, 22 de abril de 2012

Terra.........os poetas sentem-na


Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...
 ........................Miguel Torga 





Terra - 7
Onde ficava o mundo? 
Só pinhais, matos, charnecas e milho 
para a fome dos olhos. 
Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda. 
E o mar? E a cidade? E os rios? 
Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos, 
onde chiam carros de bois e há poças de chuva. 
Onde ficava o mundo? 
Nem a alma sabia julgar. 
Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas. 
Em cada dia o povo abraçava um outro povo. 
E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves: 
a estrada branca e menina é uma serpente ondulada 
e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio. 

Fernando Namora, in 'Terra'





 Se Eu Pudesse Trincar a Terra Toda

Se eu pudesse trincar a terra toda 
E sentir-lhe um paladar, 
Seria mais feliz um momento ... 
Mas eu nem sempre quero ser feliz. 
É preciso ser de vez em quando infeliz 
Para se poder ser natural... 
Nem tudo é dias de sol, 
E a chuva, quando falta muito, pede-se. 
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade 
Naturalmente, como quem não estranha 
Que haja montanhas e planícies 
E que haja rochedos e erva ... 
O que é preciso é ser-se natural e calmo 
Na felicidade ou na infelicidade, 
Sentir como quem olha, 
Pensar como quem anda, 
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, 
E que o poente é belo e é bela a noite que fica... 
Assim é e assim seja ... 

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXI" 
Heterónimo de Fernando Pessoa
 

 




quarta-feira, 18 de abril de 2012

A respiração e a voz

Tem melhor voz quem respira bem.
No teatro fazemos regularmente exercícios de relaxamento e respiração que nos ajudam a ter a voz em melhores condições.
 As cordas vocais têm de ser lubrificadas e trabalhadas de forma  a permitirem uma melhor passagem do ar entre elas. A inspiração correta pelo nariz e a expiração pela boca são movimentos que nem sempre são feitos corretamente na nossa respiração quotidiana, é pois necessário exercitar estes dois movimentos tão simples, de preferência com um movimento rotativo de cabeça no sentido dos ponteiros do relógio, de forma a que a inspiração corresponda à subida da cabeça na direção do tecto e a expiração corresponda à descida na direção do chão. O movimento deve ser lento, acompanhando a respiração profunda e lenta. 
 Este exercício pode ser feito durante o duche enquanto temos vapor de água no ar. É otimo para curar aqueles entupimentos de nariz causados pela poluição, ares condicionados, ventos, chuvas e sois abusadores.
 Lembro-me ainda de um chá, que a minha avó fazia com frequência, de perétuas roxas.



ver mais em :


sábado, 14 de abril de 2012

Robert Doisneau


" Toda a minha vida me diverti e fiz o meu próprio teatro " palavras do fotógrafo Robert Doisneau,  homenageado hoje no Google, nas suas fotografias os vários espaços cénicos riquíssimos de expressão.




sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fernando Pessoa


Até 30 de Abril, quem não visitou a exposição sobre Fernando Pessoa, não deve perder. O nosso grande poeta nas suas muitas vozes (os seus heterónimos). Uma exposição diferente e envolvente, a não perder ,portanto, na Fundação  Gulbenkian 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Primavera





Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!

                                        Alberto Caeiro