terça-feira, 31 de julho de 2012

BELEZA









À Beleza


 Não tens corpo, nem pátria, nem família, 
 Não te curvas ao jugo dos tiranos. 
 Não tens preço na terra dos humanos, 
 Nem o tempo te rói. 
 És a essência dos anos,
 O que vem e o que foi.

 És a carne dos deuses, 
 O sorriso das pedras, 
 E a candura do instinto. 
 És aquele alimento 
 De quem, farto de pão, anda faminto.


 És a graça da vida em toda a parte, 
 Ou em arte,
 Ou em simples verdade. 
 És o cravo vermelho, 
 Ou a moça no espelho, 
 Que depois de te ver se persuade.


 És um verso perfeito
 Que traz consigo a força do que diz.
 És o jeito
 Que tem, antes de mestre, o aprendiz.


 És a beleza, enfim.
 És o teu nome.
 Um milagre, uma luz, uma harmonia,
 Uma linha sem traço... 
 Mas sem corpo, sem pátria e sem família, 
 Tudo repousa em paz no teu regaço.


Miguel Torga "Odes"
 Miguel Torga, in 'Odes'

sexta-feira, 27 de julho de 2012

JOGOS OLÍMPICOS



Segundo Matt Bellamy, autor da canção e vocalista da banda, "Survival" é "sobre ter grande convicção e determinação para ganhar". O tema foi escrito com as Olimpíadas em mente. 


Ler mais: http://blitz.sapo.pt/muse-escrevem-cancao-para-jogos-olimpicos=f82177#ixzz21qGp5Cxt





Survival

Muse

Race, life’s a race
And I’m gonna win
Yes, I’m gonna win
I’ll light the fuse and I’ll never lose
And I choose to survive, whatever it takes
You won’t pull ahead
I’ll keep up the pace
I’ll give all my strength to the whole human race
Yes, I am prepared to stay alive
And I won’t forgive, vengeance is mine
And I won’t give in, because I choose to thrive
Yes, I'm gonna win.
Race, it’s a race
And I’m gonna win
Yes, I’m gonna win
I’ll light the fuse and I’ll never lose
And I choose to survive, whatever it takes
You won’t pull ahead ’cause I’ll keep up the pace
I’ll give all my strength to the whole human race
Yes, I'm gonna win.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Pintar um rosto



Existem mestres com o talento de transformar um rosto, pintando-o como se se tratasse de uma tela, com a mestria , delicadeza e firmeza necessárias. 
Atores fazem-no com a subtileza e magia necessárias para as personagens se afirmarem fisicamente com a interioridade que se assume na postura e na representação. 




Muitas tribos o fazem num exercício de magia de contornos simbólicos que os transportam à plenitude  de seres superiores. 
Um exemplo já referido aqui num pequeno filme que convém conhecer. 


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sebastião da Gama

Sebastião da Gama o pedagogo e professor exemplar que muitos não conhecem 

Pequeno poema

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe     

                                                                                          * Sebastião da Gama 


 "Poeta português, natural de Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal. Concluiu o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1947, e ainda nesse ano iniciou a sua actividade de professor, que exerceu em Lisboa, Setúbal e Estremoz. Foi colaborador das revistas Árvore e Távola Redonda.
Sebastião da Gama ficou para a história pela sua dimensão humana, nomeadamente no convívio com os alunos, registado nas páginas do seu famoso Diário (iniciado em 1949). Literariamente, não esteve dependente de qualquer escola, afirmando-se pela sua temática (amor à natureza, ao ser humano) e pela candura muito pessoal que caracterizou os seus textos. Atingido pela tuberculose, que causaria a sua morte precoce, passou a residir no Portinho da Arrábida, com a panorâmica serra da Arrábida a alimentar o culto pela paisagem presente na sua obra. Foi, entretanto, instituído, com o seu nome, um Prémio Nacional de Poesia.
Estreou-se com Serra Mãe, em 1945. Publicou ainda Loas a Nossa Senhora da Arrábida (1946, em colaboração com Miguel Caleiro), Cabo da Boa Esperança (1947) e Campo Aberto (1951). Após a sua morte, foram editados Pelo Sonho é que Vamos (1953), Diário (1958), Itinerário Paralelo (1967), O Segredo é Amar (1969) e Cartas " 



    de "As tormentas "




“Gostava que os mocinhos não ligassem importância de valoração quantitativa às notas; que as tornassem como símbolos, não como prémios: que para eles a nota não fosse um lugar sentado no eléctrico. Que dissessem: «Que me importa ter tido dez valores, se eu valho dezoito?» Ou então «de que me serve ter tido dezoito, se eu valho dez?» (...)
Mas é evidente que isto há-de custar, se é que não é quase impossível. Pois se nós os grandes, os que temos estas teorias...
Cala-te, boca!
Isto vem a ser da mesma natureza dos castigos - quero dizer, por mais justas palavras, do bom ou mau comportamento na escola. Ontem (ontem, saibam todos, foi o dia 11 de Maio) duas meninas vieram chamar o contínuo para que repreendesse um colega que lhes dissera palavras menos decentes; eu acompanhei-as, não fosse o empregado ser pouco suave e estragar completamente o que só estaria meio estragado. Fui eu quem falou ao rapazinho; e fiz-lhe ver que, embora o seu caso pudesse ser comunicado ao Senhor Director (pobres Senhores Directores, de quem os contínuos fazem um papão!) eu não queria que ele tornasse a fazer semelhante coisa por medo ao castigo: mas por honestidade, por aprumo moral, pela compreensão perfeita do erro que cometera. Disse-lhe mais coisas e apertei-lhe a mão no fim. Ou sou muito ingénuo ou o rapazinho está curado.
Vem esta lengalenga a propósito de que eu tive que explicar aos meus homens o motivo da descida de algumas classificações. «Tu, Aragão, baixaste para 17, mas para mim continuas a ter 18, e é isto que interessa.»
A lição foi quase toda deles: leram os seus trabalhos (a coisa que mais apetece nesta idade) e fizeram as suas observações às faltas de correcção que ocorriam. Tenho por costume fazer assim, quando eles espontaneamente não reconhecem o erro. Leio por inteiro a frase onde «há gato» e revelo: «Aqui há gato, aqui há qualquer coisa que eu não acho bem. Qual é a coisa qual é ela?» - e os rapazes descobrem, há quase sempre um, pelo menos um, que descobre. Que o professor seja humilde também aqui.” 



Sebastião da Gama, Diário, Ática [1948-1949]




                                                                                                       Foto no museu Sebastião da Gama em Azeitão 


. Conheci este museu ontem e  adorei lá estar, porque me senti mais próxima de um poeta que sempre admirei. 
 Um pequeno grande espaço, porque contem palavras e fotos de uma vida curta mas rica em sabedoria e sensibilidade.  


"O segredo da educação é o amor ", esta era uma frase que Sebastião não se cansava e dizer .
Quem dera que muitos o ouvissem!...


                                      Serra da Arrábida o refúgio do poeta... a sua SERRA tão amada. 







(1994).

quinta-feira, 12 de julho de 2012

As máscaras dos pássaros

Só hoje consegui colocar aqui fotos de duas das máscaras executadas pelos alunos do 6º D para a peça "A floresta".

A primeira , a coruja feita pelo Pedro Cerqueira, que aqui a usa sorridente. É bom que se refira aqui que o Pedro além de ser um aluno com um comportamento exemplar, demonstrou ao longo do ano qualidades de criatividade e trabalho excecionais. 
Parabéns Pedro por seres quem és.

 A segunda a arara azul feita pela Marianna Symshuck, outra aluna notável pela responsabilidade e comportamento. A arara foi usada na peça pela Rita Ferreira.  

terça-feira, 10 de julho de 2012

SER

VAI SENDO O QUE SEJAS ATÉ SERES O QUE ÉS, QUE É DEUS SENDO;
E CUIDADO, NÃO TE PERCAS ENQUANTO VAIS SENDO.
                                                                             Agostinho da Silva    Espólio 



                                                                                                                foto de SANGHAMITRA SARKAR

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ouvir.


 Não me canso de ouvir esta música!




algumas derivações .........................   Brincando com sons e imagens.




terça-feira, 3 de julho de 2012