Já três semanas passaram, em que na biblioteca a exposição de teatro levou alguns alunos e professores a verem e ouvirem a história do clube Tecto na escola.
Imaginem que existem alunos na escola, que nem sabiam da existência do clube! Bom... ainda bem, que marcámos este encontro especial para falarmos um pouco e dar a conhecer o que temos feito. E olhem, que não é pouco. Em 12 anos 24 peças foram apresentadas. Tivemos mais uma semana com visitas guiadas, onde quem foi, ouviu os alunos inscritos este ano, dizerem poemas de vários poetas portugueses. E todos os que tiveram a coragem de o fazer, deram muito boa conta do recado.
A nossa Joana Dias na pele de Arlequim, esteve muito bem., dizendo:
UM TRAÇO
Um
traço
rasga
o
espaço
na
planície
branca
do
papel.
Assim
se
dirá
que
da curva
do
carvão
nasceu
o
pão
o
riso
o
mel.
José Fanha
“Cartas de Marear”
Alguns dos adereços das peças do Pinóquio
"Pelo sonho é que vamos" de Sebastião da Gama
na voz da nossa Mariana Almeida
memórias fotográficas do Gigante Egoísta
A história do clube de teatro
Renata disse "As palavras"
de Sophia de Mello Breyner
o nosso Pedro Martins foi muito seguro
no poema de José Fanha "canção do soldado"
Não quero ir para a guerra
sei lá onde isso é
sou filho de outra gente
quero ficar aqui
morrer onde nasci
comer a sopa quente.
A guerra não conhece
a curva do meu gesto
a cor do meu olhar.
Se existo para ser asa
a morte não é casa
que me posa abrigar.
Para que serve a guerra
e a terra que deus fez
e aquele céu de veludo?
Para quê esta canção
se apenas um botão
pode acabar com tudo?
Não hei-de ser soldado.
Meus pais não me fizeram
tão jovem moribundo.
Quero morrer a rir
beijá-los e pedir
que inventem outro mundo.
José Fanha
“Cartas de Marear”
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Asas
Nós nascemos para ter asas, meus amigos.
Não se esqueçam de escrever por dentro do
peito: nós nascemos para ter asas.
No entanto em épocas remotas, vieram com dedos
peados de ferrugem para gastar as nossa asas como se gastam tostões.
Cortaram-nos as asas para que fôssemos apenas
operários obedientes, estudantes atenciosos, leitores ingénuos de notícias
sensacionais, gente pouca, pouca e seca.
Apesar disso, sábios, estudiosos do arco íris
e de coisas transparentes, afirmam que as asas dos homens crescem mesmo depois
de cortadas, e, novamente cortadas, de novo voltam a ser.
Aceitemos esta hipótese, apesar de não termos
dela qualquer confirmação prática.
Por hoje é tudo. Abram as janelas. Podem sair.
José Fanha
“Cartas de Marear”
Mariana Nunes foi vibrante a dizer"Asas"
A Lara e a Taísa deslumbraram quem as ouviu dizer
"Quando for Grande " e "Ser poeta" "Amar-te perdidamente" de Forbela Espança
Quando for Grande
Quando
for grande
quero
uma mão
que
tenha a forma
do
coração.
Quando
for grande
quero
uma ponte
que
chegue à linha
do
horizonte.
Quando
for grande
quero
um olhar
que
chegue ao fundo
de
céu e mar.
José Fanha
“Cartas de Marear”
Meus queridos alunos estou sempre convosco, mesmo quando não posso estar presente!...