quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em busca dos sonhos

Foto de Pedro Sítima

A Forma Justa

Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo

Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo

Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Jim Henson, pai dos marretas





Os marretas fazem parte do imaginário de muita gente da minha idade e continuam atuais e a fazer as delicias de velhos e novos. Todas as personagens são geniais e cada diálogo, cada movimento têm uma força expresssiva que só se consegue com uma entrega total. Manipular um fantoche, pois é disso que se trata e dar-lhe vida é das coisas mais dificeis de fazer, embora possa não parecer. Requer um poder de concentração, sincronização nos movimentos com o texto, volume e expressão de voz.
Um prazer, uma alegria vê-los.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inscrições para 2011/12

Foto de Arlete Sítima . exposição no Jardim da Gulbenkian


Atenção aos interessados !


Próxima semana


Abrem até final do mês de Setembro as inscrições para um bloco de teatro.

domingo, 18 de setembro de 2011

Tocar



TOCAR

A lua está lá no céu
Quem é que a vai tocar?
São duas mãos pequeninas
Com as luvas do luar
O Sol está lá no céu
Quem é que o vai tocar?
São duas mãos pequeninas
Que não se podem queimar
E as estelas lá no céu
Quem é que as vai tocar?
São duas mãos com anéis
De brilhantes a brilhar
E os pássaros lá no céu
Quem é que os vai tocar?

Pássaros em liberdade
Ninguém os deve buscar






"As fadas verdes" de Matilde Rosa Araújo

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Meu mar, meu mar!


Pintura de Hokusai

Mar és espaço em constante movimento, incansável e renovado, manso, leve, transparente, denso, furioso, quebras, requebras em subtil carícia ou em forte e bravo toque. Há o choro no teu corpo e sopros de esperança na branca espuma das tuas ondas.
És um amigo e meu professor.

sábado, 10 de setembro de 2011

maratona de robertos




Na baixa de Lisboa - largo de Camões - Chiado, dia 10 de setembro uma maratona de robertos para todos.

Se estiverem perto, não percam.


mais informação aqui

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pão e Rosas

Desenho de Joanna Concejo




As crianças precisam de pão e de rosas.
O pão do corpo, que mantém o indivíduo em boa saúde fisiológica.
O pão do espírito, que se chama instrução, conhecimentos, conquistas técnicas, esse mínimo sem o qual corremos o risco de não conseguir a desejável saúde intelectual.
E das rosas também – não por luxo, mas por necessidade vital.
Observo o meu cão. Claro, precisa comer e beber para não ter fome e não ficar, desesperado, com a língua de fora. Mas tem mais necessidade ainda de uma carícia do dono, de uma palavra de simpatia ou às vezes, só de uma palavra; do afeto que lhe dá o sentimento do lugar, o qual desejaria muito grande, que ocupa no mundo em que vive; de correr por entre as moitas ou só uivar demoradamente nas noites de luar, talvez para ouvir ressoar a própria voz, como se ela abalasse magnificamente o universo.
As crianças têm necessidade de pão, do pão do corpo e do pão do espírito, mas necessitam ainda mais do seu olhar, da sua voz, do seu pensamento e da sua promessa. Precisam sentir que encontraram, em si e na sua escola, a ressonância de falar com alguém que as escute, de escrever a alguém que as leia ou as compreenda, de produzir alguma coisa útil e de belo que é a expressão de tudo o que trazem nelas de generoso e de superior.
Essa nova intimidade estabelecida pelo trabalho entre o adulto e a criança, esse novo grafismo aparentemente sem objeto, valorizado pela matéria ou pela cor, esse texto eternizado pela imprensa, esse poema que é o cântico da alma, esse cântico que é o como um apelo do ser para o afeto que nos ultrapassa – é de tudo isso que vive a criança, normalmente alimentada de pão e conhecimentos, é tudo isso que engrandece e a idealiza, que lhe abre o coração e o espírito.
A planta tem necessidade de sol e de céu azul, o animal não degenerado pela domesticação não sabe viver sem o ar puro da liberdade. A criança precisa de pão e de rosas.”


C. Freinet em Pedagogia do Bom Senso

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Estreia hoje



Dois actores em duelo de palavras!

"É Como Diz o Outro é uma comédia que relata o dia-a-dia de dois amigos que trabalham juntos, frente a frente. Entre o trabalho, conversam sobre as suas vidas, aspirações, dúvidas, trocam confidências e discutem sobre temas tão complexos como uma receita de arroz de rodovalho ou a escassez da pedra mármore".

No Auditório dos Oceanos - Casino Lisboa ...... .................................................
De quarta a sábado às 21h 30m e domingo às 17h.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Três Cantos: Sérgio Godinho, Fausto e José Mario Branco






Pois aqui está a forma de equilibrio em sons sobrepostos com mensagens de palavra excepcionalmente dita.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

matar saudades









Hoje foi dia de matar saudades dos sorrisos de colegas, de uma dose de conversa boa sem stress de campainhas e de obrigações urgentes.
Ainda não se sabe nada de horários, mas sei eu que ao ser-me atribuida uma direção de turma, vou ter menos tempo para as actividades de teatro. Aliás muita gente me perguntou: O teatro acabou? Não pode ser!... Pois claro que não devia, pelo menos ter sido retirado da componente não lectiva, mas não me vou alongar porque como digo ainda não tenho horário para ver.
Mas vocês sabem que eu não desisto dos sonhos. Nunca, embora possa parecer.
Mas vão pedir de certo diagnósticos e etccccc.... Pois e formas de actuação futuras e veremos que mais. E o que tenho eu feito? Deus meu!
Sabemos que o Agosto foi sombrio! Mas o Sol espera por nós.