quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Praia
 Os pinheiros gemem quando passa o vento 
 O sol bate no chão e as pedras ardem.
 Longe caminham os deuses fantásticos do mar
 Brancos de sal e brilhantes como peixes.


 Pássaros selvagens de repente, 
 Atirados contra a luz como pedradas, 
 Sobem e morrem no céu verticalmente 
 E o seu corpo é tomado nos espaços.


 As ondas marram quebrando contra a luz
 A sua fonte ornada de colunas.
 E uma antiquíssima nostalgia de ser mastro
 Baloiça nos pinheiros.


Sophia de Mello Breyner Andresen




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